PASTOR MAREMANO ABRUZÊS
Grupo: Cães de Guarda e Utilidade
Função: Cão de Guarda de Rebanho e Propriedade
País de origem: Itália
Aprovado por: Éric de Moraes Bastos – presidente
APARÊNCIA GERAL: o pastor maremano abruzês é um cão de grande porte, fortemente construído, de
aspecto rústico e, ao mesmo tempo, majestoso e distinto. A conformação geral é a de um mesomorfo
pesado, cujo tronco é mais longo que a altura na cernelha; harmonioso em relação ao formato
(heterometria) e aos perfis (haloidismo).
PROPORÇÕES IMPORTANTES: o comprimento da cabeça é igual a 4/10 da altura na cernelha; o
comprimento do focinho é um décimo menor que o comprimento do crânio; o comprimento do tronco é
maior que a altura na cernelha 1/18 dessa altura. A profundidade do peito é ligeiramente inferior a 50%
da altura na cernelha (ex. num cão de 68 cm na cernelha, a profundidade do peito é cerca de 32cm).
COMPORTAMENTO / TEMPERAMENTO: a sua função principal de cão de guarda e defesa do rebanho e
das propriedades em geral se evidencia no modo que cumpre esta tarefa, com perspicácia, coragem e
decisão. O seu caráter ainda que orgulhoso e alheio à submissão, sabe exprimir uma ligação devotada
ao seu dono e a tudo que o cerca.
CABEÇA: no seu conjunto, é grande e plana de formato cônico e lembra a cabeça do urso branco.
REGIÃO CRANIANA
Crânio: o crânio se apresenta um tanto largo no seu diâmetro horizontal; as suas paredes laterais se
apresentam um tanto convexas e, inclusive de perfil, o crânio se apresenta convexo. As linhas
superiores do crânio e do focinho apresentam uma ligeira divergência. A linha superior é um tanto
convexa. As arcadas superciliares são moderadamente marcadas. O sulco sagital é pouco marcado. A
crista occipital é muito pouco evidente.
Stop: é pouco acentuado. O ângulo naso-frontal é sempre muito aberto.
REGIÃO FACIAL
Trufa: bastante grossa, permanecendo na mesma linha da cana nasal, com narinas bem abertas e
grandes, úmida e fresca, pigmentada de preto. Vista de perfil, não deve emergir da linha anterior do
focinho; a sua linha anterior encontra-se no mesmo plano vertical da face anterior do focinho.
Focinho: seu comprimento é menor que 1/10 do comprimento do crânio. A sua profundidade ou altura,
medida no nível da comissura labial, é igual a metade do seu comprimento. A sua largura é
determinada pelo desenvolvimento das faces laterais que tendem à convergência, mesmo assim a face
anterior do focinho conserva uma superfície plana. A região suborbital se apresenta um tanto cinzelada.
Lábios: os superiores, vistos de frente, determinam na sua linha inferior, isto é, na sua conjunção, um
semicírculo de raio muito pequeno. São pouco desenvolvidos na altura, apenas cobrem os dentes da
mandíbula e, portanto, a comissura labial é pouco acentuada.
Como conseqüência, a linha inferior do focinho é fornecida pelos lábios somente na região anterior,
enquanto que na região posterior é definida pela mandíbula e pela comissura labial. A orla dos lábios é
pigmentada de preto.
Maxilares: de aspecto robusto, com desenvolvimento médio e com os incisivos normais regularmente
alinhados e completos em desenvolvimento e número.
Bochechas: moderadamente desenvolvidas.
Dentes: brancos, robustos, com mordedura em tesoura.
Olhos: médios em relação ao porte do cão; íris de cor ocre ou marrom escuro. Inseridos lateralmente e
no plano da pele. Expressão inteligente e vigilante. A orla das pálpebras é amendoada, com
pigmentação preta.
Orelhas: inseridas muito altas, acima da arcada zigomática, pendentes, porém, muito móveis. O
formato é triangular em V com as extremidades em ponta estreita e jamais arredondadas; as orelhas
são pequenas em relação ao porte do cão; o comprimento da orelha de um cão de estatura média não
deve ultrapassar os 12 cm. A base da inserção é medianamente larga. Orelhas amputadas são
toleradas somente em cães realmente utilizados em trabalho de pastoreio.
PESCOÇO: a linha superior é moderadamente arqueada. Seu comprimento não ultrapassa os 8/10 do
comprimento da cabeça, portanto é sempre mais curto que a cabeça. É grosso, muito forte e musculoso,
sempre isento de barbelas e revestido de pelos longos e densos que formam um colar particularmente
vistoso no macho.
TRONCO: fortemente construído, seu comprimento é 1/18 maior que a altura na cernelha.
Linha superior: reta da cernelha até a garupa, que ao contrário é um tanto caída.
Cernelha: ligeiramente sobre a linha do dorso, que é largo por causa da distância entre as escápulas.
Dorso: reto. Seu comprimento é cerca de 32% da altura na cernelha.
Lombo: bem engastado fundindo-se com a linha do dorso; visto de perfil, apresenta uma leve
convexidade e músculos de largura bem desenvolvida. O comprimento é igual a 1/5 da altura na
cernelha, enquanto que a largura quase se iguala ao comprimento.
Garupa: larga, robusta e musculosa. Sua inclinação (se considerada do ílio à inserção da cauda) é de
20° com a horizontal; ainda mais inclinada (30° e mais) se considerada a linha ílio-ísquio. Portanto, a
garupa do Pastor Maremano Abruzês deve ser definida como inclinada.
Tórax: amplo, profundo até o nível do cotovelo, bem arqueado na metade da sua altura. O perímetro
torácico deve ser cerca de 1/4 maior que a altura na cernelha e o seu diâmetro transversal (que é
máximo na metade de sua profundidade) deve ser igual, em pelo menos, 32% da altura na cernelha, e
vai pouco a pouco diminuindo para baixo de modo a permitir que a região esternal ainda seja ampla.
Sua profundidade deve atingir os 50% da altura na cernelha. As costelas são bem arqueadas e
inclinadas; os espaços intercostais são bem amplos e as últimas falsas costelas, longas, inclinadas
e bem abertas.
Linha inferior: o perfil esterno-ventral evidencia uma região esternal longa, como um arco de um círculo
de grande raio, que suavemente se eleva para o abdome.
CAUDA: sua inserção, devido à garupa caída é baixa e seu comprimento ultrapassa o jarrete em posição
normal. Portada pendente em repouso; quando em movimento, é portada na linha de dorso com a
ponta bastante recurvada. É bem guarnecida de pelos abundantes, sem franja.
MEMBROS
ANTERIORES: vistos tanto de frente quanto de perfil, aprumos corretos. Anteriores bem balanceados em
relação ao corpo e suas várias partes são bem proporcionadas entre elas.
Ombros: a escápula deve ser longa, inclinada, guarnecida de músculos fortes e fluentes nos
movimentos. O comprimento da escápula gira em torno de 1/4 da altura da cernelha.
Angulada em torno de 50° a 60° com a horizontal.
Braços: bem ajustados ao tronco em seus 2/3 superiores; guarnecidos de fortes músculos. Sua
inclinação varia entre 55° a 60° com a horizontal. Seu comprimento varia em torno dos 30% da altura na
cernelha. Sua direção é quase paralela ao plano mediano do corpo. A angulação escápulo-umeral oscila
de 105° a 120°.
Cotovelos: trabalhando bem ajustados, rentes ao tórax; revestidos de pele macia e solta. Devem estar
sobre um plano paralelo ao plano médio do tronco. A ponta do cotovelo deve recair na perpendicular
baixada do ângulo caudal da escápula. A angulação úmero-radial oscila entre os 145° e os 150°.
Antebraços: seguem uma linha reta vertical com ossatura forte. Seu comprimento é ligeiramente maior
que o comprimento do braço e pouco inferior a 1/3 da altura na cernelha. O comprimento do antebraço
é 52,8% da altura na cernelha.
Carpos: situados sobre a linha vertical do antebraço. São fortes, secos, lisos e de boa espessura com o
osso pisiforme bem pronunciado.
Metacarpos: de comprimento nunca inferior a 1/6 do comprimento do braço, medido do solo ao
cotovelo. Bem secos, com tecido subcutâneo mínimo. Vistos de perfil, apresentam-se ligeiramente
oblíquos para a frente.
Patas: grandes, arredondadas; dedos bem compactos, revestidos de pelos curtos e cerrados. Unhas
preferivelmente pretas; tolerada a cor marrom.
POSTERIORES: vistos de frente ou de perfil, os aprumos devem estar retos. O conjunto é bem
proporcional ao corpo e as diferentes partes dos posteriores são harmoniosas.
Coxas: longas, largas, com músculos salientes e contorno posterior ligeiramente convexo; sua largura
(medida entre as suas faces externas) é 3/4 de seu comprimento.
Ligeiramente oblíquas de cima para baixo e de trás para a frente. A angulação coxofemoral é cerca de
100°.
Pernas: de comprimento um pouco inferior aos das coxas, isto é, 32,5% da altura na cernelha. Sua
inclinação relativa à horizontal é de cerca de 60°. Ossatura forte e musculatura seca. Crista óssea bem
marcada.
Joelhos: aprumados com os membros e corretamente direcionados para a frente, não virando nem para
dentro nem para fora; angulação fêmoro-tibial é um tanto aberta, variando entre 135° e 140°.
Jarretes: de boa espessura, suas faces laterias são muito largas. Seu ângulo de abertura varia entre
140° e 150°.
Metatarsos: robustos, secos, largos. Seu comprimento alcança 30,9% da altura na cernelha. Eventuais
ergôs devem ser amputados.
Patas: como as anteriores, porém, mais ovais.
MOVIMENTAÇÃO: passo longo, trote alongado.
PELE: bem ajustada ao corpo em todas as regiões. Mais para grossa. A pigmentação das mucosas das
rimas palpebrais, das almofadas plantares e dos dedos deve ser preta.
PELAGEM
Pelo: muito abundante. Longo, mais para áspero ao tato, bem assentado. Tolerada uma leve
ondulação. O pelo forma uma rica juba em torno do pescoço e franjas de comprimento limitado na face
posterior dos membros. Entretanto, é curto no focinho, crânio, orelhas e nas faces anteriores dos
membros. O comprimento do pelo no tronco atinge 8cm. O subpelo é abundante somente durante o
inverno.
COR: branco unicolor. Toleradas nuanças marfim, laranja pálido ou limão, embora em número limitado.
TAMANHO / PESO
Altura na cernelha: machos de 65 a 73 cm.
fêmeas de 60 a 68 cm.
Peso:
para os machos de 35 a 45 quilos.
para as fêmeas de 30 a 40 quilos.
FALTAS: qualquer desvio dos termos deste padrão deverá ser considerado como falta e penalizado na
exata proporção de sua gravidade, como o passo de camelo continuado ou a presença de ergôs.
FALTAS ELIMINATÓRIAS
• cabeça: linha crânio-facial convergente; prognatismo acentuado e deformador.
• cauda: portada enrolada sobre o dorso.
• tamanho: fora dos limites descritos.
• movimentação: passo de camelo continuado.
DESQUALIFICAÇÕES
• trufa: completamente despigmentada.
• focinho: definitivamente convexo ou côncavo.
• olhos: despigmentação moderada ou bilateral das pálpebras. Olhos porcelanizados. Estrabismo
bilateral.
• maxilares: prognatismo inferior.
• órgãos sexuais: criptorquidismo, monorquidismo, evidente deficiência de desenvolvimento de um ou
de ambos os testículos.
• cauda: anurismo, braquiurismo, quer seja congênito ou adquirido.
• pelo: encaracolado.
• cor: pelagem isabela; manchas de isabela ou marfim; nuanças pretas.
• todo cão que apresentar qualquer sinal de anomalia física ou de comportamento deve ser
desqualificado.
NOTA:
• os machos devem apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem desenvolvidos e
acomodados na bolsa escrotal.